"Pássaros sem Asas", de Lous de Bernières

"Uma história épica de amor, guerra e paz, pela mão do autor de O Bandolim do Capitão Corelli.O que têm em comum a belíssima Philothei e o seu apaixonado Ibrahim; Veled, o Gordo, cujo camelo exige um cigarro antes de iniciar qualquer deslocação; Ali, o Nariz-Partido, que vive com a família numa árvore oca no centro da vila; Mohammed, o Apanhador de Sanguessugas; um pedinte mudo que vive numa gruta; Rustem Bey, que sofre porque a sua jovem mulher está apaixonada por outro homem; Kemal Atatürk, o fundador e primeiro presidente da República da Turquia; e dois rapazes, um cristão e o outro muçulmano, que comunicam através de apitos que emitem sons dos pássaros? Todos eles assistem ao colapso do império otomano e à transformação do mundo tal como o conhecem. Subitamente lançados para o turbilhão da História do século XX, todas estas personagens terão de lutar pelo que lhe é mais querido… e pela própria vida."

A Minha Opinião:
Esta foi uma leitura um bocadinho conturbada.
Em primeiro lugar fiquei logo assustada com as 685 páginas, depois com tantos personagens (com nomes estranhos) e com todos os termos utilizados pelo autor logo nas primeiras páginas
A história gira à volta dos habitantes de uma pacata aldeia, com os seus problemas cotidianos mas que se entreajudam entre sim em todas as situações até ao dia em que têem de voltar costas uns aos outros devido às suas crenças religiosas.
Muçulmanos e Cristão viviam em plena harmonia, respeitando-se mutuamente até ao dia em que começa a Guerra que levou à grande derrocada do Império Otomano e à obrigatoriedade de nuitos inocentes "pagarem" sem nenhuma culpa, fazendo mais uma ves aquilo que outro obrigavam.
O Imã e o Sacerdote que até então tinham conseguido manter sempre a calma vêem tudo cair por terra e as lutas começam, mas no meio de tantas desgraças, provocadas por uma guerra que nem eles percebem, perdura sempre a antiga amizade independentemente das crenças de cada um, pois como eles diziam "... Bem, no fim de contas, somos ambos povos do Livro Sagrado...".
As descrições dos tempos de guerra são muitas vezes crueis e bem realistas, o que me levou várias vezes a amabdonar a leitura, perguntando-me como é que é possivél que acontecessem coisas assim... mas o facto é que ainda hoje acontecem...
As personagens são de uma beleza extrema. Gostei da forma como o autor apresentou cada uma delas quase que individualmente e as foi interligando logo umas às outras avançando e recuando no tempo diversas vezes.
Gostei bastante.
Um romance histórico muitissimo bom com o qual aprendi mais um bocadinho sobre o Império Otomano sobre a religião Muçulmana.
E para rematar, aqui fica uma passagem belíssima e verdadeira:

"... No passado, tu e eu acreditámos que éramos pássaros e fomos felizes quando batiamos nossas asas, e caíamos e nos esmorrávamos, mas a verdade é que éramos pássaros sem asas. (...)
Para pássaros com asas nada muda; voam quando querem e não percebem nada de fronteiras, e as suas disputas são muito pequenas.
Mas nós estamos confinados à terra, por muito que trepemos a lugares altos e batamos nossos braços. Como não conseguimos voar, estamos condenados a fazer coisas que não combinam conosco. Como não temos asas, somos empurrados para lutas e abominações que não procurámose, então, os vales erguem-se, os rios são bloqueados pela areia e as falésias caem ao mar."

(Bem haja Fbeatriz e ao Segredo dos livros)

2 comentários:

Paula disse...

Adorei essa passagem do livro.

Lígia disse...

Adorei "O Cão Vermelho" deste autor.
Neste calhamaço já não me vou aventurar, porque a pilha de livros para ler está enorme, mas a passagem que transcreveste é muito bonita :)

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