"Helene Cooper é uma jovem descendente de duas dinastias, que remontam ao primeiro grupo de escravos libertados que partiram de Nova Iorque em 1820 para fundarem a Libéria. Helene cresceu na Praia do Açúcar, junto ao mar, onde se situava a mansão familiar, de vinte e duas divisões. Foi uma infância cheia de criados, carros vistosos, uma villa em Espanha e uma fazenda no interior. Quando Helene tinha oito anos, os Cooper adoptaram uma menina - um hábito vulgar entre a elite liberiana. Eunice, uma rapariga da etnia Bassa, tornou-se, de repente, conhecida como «filha da senhora Cooper». Durante anos, as filhas dos Cooper beneficiaram do aparato da riqueza e da vantagem da sua posição social. Mas a Libéria era como uma panela de água a ferver. E, em 1980, um grupo de soldados fez um golpe de Estado, assassinou o presidente e executou os seus ministros. Os Cooper e os amigos foram aprisionados, abatidos a tiro, torturados e as suas mulheres e filhas violadas. Depois de um brutal ataque, Helene, Marlene e a mãe fugiram da Praia do Açúcar e, depois, para a América. Mas deixaram Eunice para trás... Do outro lado do mundo, Helene cresceu e tornou-se uma conhecida repórter, trabalhando para o 'Wall Street Journal' e o 'New York Times' e viajando por todo o mundo, mas evitando sempre África. No entanto, em 2003, uma experiência que quase a vitimou no Iraque convenceu-a de que a Libéria, tal como Eunice, não podia esperar. Sendo, simultaneamente, uma narrativa muito pessoal e uma análise de um país violento, é também um relato de tragédia e perdão, contado com uma sinceridade inabalável e o humor de alguém que foi capaz de sobreviver. "
A Minha Opinião:
Gostei!
Helene Cooper conta a sua história de uma forma nua e crua, nada romanceada. Ela fala-nos dos seus antepassados, de tudo o que fizeram aquando da abolição da escravatura e como foram para África, formando a Libéria. Na 1º Parte da história ficamos a conhecer os antepassados de Helene e também a familia com quem ela vivia ma Monróvia, ela descreve todos ao pormenor, tem de ser ter atenção redobrada nesta parte pois são muitos e a maioria mantém-se até ao final do seu relato.
Na 2º parte já na América ela conta-nos como conseguiu sobreviver çonge das suas origens e daqueles que mais amava, mas sempre voltanto à Libéria, seguindo a guerra como uma Americana.
É escolhida para ir para o Iraque como correspondente do Jornal onde na altura trabalhava e aí descobre que apesar da sua cidadania Americana que obteve como forma de fugir ao racismo de que várias vezes foi vitima, não era ali o seu lugar.
"Se eu ia morrer numa guerra, devia fazê-lo no meu próprio país. Eu deveria era morrer num Guerra na Libéria." (pag 314)
Ela faz sobressair das sua palavras o grande orgulho da sua raça, dos seus costumes e crenças de uma forma maravilhosa, pois no meio da guerra tudo se perde.
Helene perdeu... mas recuperou:
"Eu estava no meu país e o meu país era o inferno!
E no entanto...
Havia alguma coisa mais. Orgulho. Não perante aquilo em que a Monróvia se tornara, mas pelo facto de a cidade ainda lá estar, pois isso provava que eu tinha uma origem." (pags. 324/325)
Mais um relato de uma sobrevivente de uma guerra que como em muitas outras quem lutava não sabia porque o fazia...
3 comentários:
A história parece ser interessante. Especialmente tendo sido vivenciada pela autora, deve ter relatos bem consistentes!
Bjs
Sabes aquele ditado "what goes arround comes arround"? Este livro é um óptimo exemplo disso não? ;) (Não a história do livro é claro, mas a maneira como foi parar às tuas mãos!)
:)
Jocas
Olá. Se não te importas, vou linkar-te para o Clube do Livro. Gostei muito de o ler e ia fazer um post sobre ele; costumo acrescentar links e foste uma das 1ªs que me apareceu... A ver se aqui volto, tanta coisa gira para ler, tão pouco tempo... ;-D MJ
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