"Alice é obrigada pelo pai a frequentar um curso de esqui para ser forte e competitiva, mas um acidente terrível deixará marcas no seu corpo para sempre. Mattia é um menino muito inteligente cuja irmã gémea é deficiente. Quando são convidados para uma festa de anos, ele deixa-a sozinha num banco de jardim e nunca mais torna a vê-la. Estes dois episódios irreversíveis marcarão a vida de ambos para sempre. Quando estes "números primos" se encontram são como gémeos, que partilham uma dor muda que mais ninguém pode compreender. Ganhou o prémio Stregga e a menção honrosa do Campiello, os dois prémios literários mais importantes de Itália, e está a ser traduzido em mais de 20 países."
A Minha Opinião:
Este é sem duvida um livro excelente!
Dois adolescentes cruzam-se a muito estranhamente dividem os seus segredos de uma forma bem estranha sem nunca se envolverem demasiado nos problemas um do outro, completam-se mas ao mesmo tempo afastam-se em todos os momentos cruciais.
Aborda temas bastante actuais, os quais às vezes se finge não ver por acharmos que só acontecem aos outros, o que faz com que às vezes haja demasiados "primos gémeos" por aí...
É um livro que nos faz pensar na forma como encaramos a vida e as pessoas que nos rodeiam no nosso dia a dia.
Este é daqueles livros que toda a gente deveria ler.
"Os numeros primos apenas são divisiveis por um e pelo próprio número. Esão num lugar que lhes é própriomna infinita serie dos numeros naturais, esmagados como todos entre dois, mas um passo mais além relativamente aos outros. São numeros desconfiados e solitários e por isso Mattia achava-os maravilhosos.
(...)
Numa cadeira do primeiro ano Mattia estudara que entre os numeros primos há alguns que ainda são mais especiais. Os matemáticos chamam-lhe primos gémeos: são pares de numeros primos que estão próximos um do outro, pois entre eles existe sempre um numero par que os impede de se tocarem realmente.
(...)
Descobrem-se numeros primos cada vez mais isolados, perdidos naquele espaço silencioso e cadenciado feito apenas de cifras e nota-se o pressentimento angustiante de que os pares escontrados até aí forma um facto acidental, cujo verdadeiro destino é ficarem sozinhos. Depois quando se está prestes a desistir, quando já não se tem vontade de contar mais, eis que se descobrem, abraçados mais dois gémeos. Entre os matemáticos é convicção comum que por mais que se avance na contagem, existirão sempre mais dois, ainda que ninguém saiba dizer onde, até serem descobertos.
Mattia achava que ele e Alice eram assim, dois primos gémeos, sós e perdidos, próximos mas não o suficiente para se tocarem realmente."
(Querida A. muito obrigado por esta preciosidade!)
2 comentários:
Aqui a A. provalvelmente até vai pedir para o ler (já que gostaste tanto!) Fico feliz por ter acertado. ;)
Terminei ontem esta magnífica história de Paolo Giordano. Imaginei um final diferente, mas dado o título do livro, acho que fez todo o sentido o seu fim.
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